O momento do pós parto vem acompanhado de uma rotina (geralmente) muito tumultuada e toda e qualquer ajuda é bem vinda. Nesse contexto, os chás tornam-se aliados das puérperas que desejam (de maneira natural) aumentar a produção de leite e ajudar com as cólicas do bebê.
Apesar de termos mais opções no período do puerpério (pós parto) ainda temos que ter alguns importantes cuidados:
1. Qual(is) chás escolher no pós parto
2. Como comprar os chás no pós parto
3. Forma de preparo dos chás no pós parto
Antes de discorrer sobre os assuntos acima, é importante pontuar o seguinte: ainda não é hora de pensar em chás termogênicos (que auxiliam na perda de peso). A maioria dos chás termogênicos possuem compostos que não são bem metabolizados pelos bebês e podem trazer complicações para seu desenvolvimento ou mesmo deixá-lo muito agitado.
Como comprar os chás:
A minha principal orientação em relação a compra dos chás é saber sua origem. Assim como os alimentos, muitas ervas possuem uma grande carga de agrotóxicos e isso, dentro de programação metabólica, pode trazer prejuízos para o desenvolvimento da criança. Uma vez que você saiba a procedência dos chás você também precisa se preocupar com a forma de apresentação dele: sachês ou granel.
Apesar de muito mais prático, os sachês transmitem para a xícara de chá inúmeras micropartículas de plástico e elementos químicos usados no branqueamento do papel (epicloridrina) , o que pode transformar uma aliada xícara de chá em um inimigo invisível já que os plásticos apresentam a família do Bisfenol A (BPA) que são reconhecidamente lesivas para o corpo humano e principalmente para uma criança em pleno desenvolvimento.
Resumindo: prefira os chás a granel de boa procedência e que sejam vendidos em embalagens lacradas.
Forma de preparo dos chás
O raciocínio aqui é dos mais simples possível, mas existem dois tipos de chás: infusão e decocção. O que difere a forma de preparo é o tipo da erva que compõe seu chá. Se você estiver usando folhas e flores, deve fazer infusão. Se estiver usando raízes, caules, raízes e cascas, minha orientação é fazer a decocção.
Para fazer a infusão, você deve aquecer a água (não ferver) e despejá-la sobre as ervas da sua escolha. Tampar o recipiente (preferencialmente de vidro) e deixar ali por aproximadamente 10 minutos e tomar quente ou frio. Para a decocção você deve ferver a erva por aproximadamente 10 minutos e depois coar. Também pode tomar quente ou fria.
A diferença entre as duas preparações está em garantir a presença dos componentes ativos no chá. Se você mantiver em fervura uma flor frágil como a camomila, muito possivelmente não conseguirá obter os benefícios da planta. Ao contrário, se apenas colocar água quente sobre o gengibre também não será tão eficaz.
Exemplos de chás que devem ser preparados por infusão: melissa, camomila, erva doce, funcho, capim-cidreira e hortelã.
Exemplos de chás que devem ser preparados por decocção: gengibre, canela, mulungu, casca de abacaxi
Antes de relatar os chás que são bons para o puerpério, preciso estimular você a garantir o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de vida do bebê. Nesse período não é recomendado oferecer nenhum tipo de chá ou mesmo água ao seu filho. Tudo que você quiser dar a ele, beba você que seu leite levará até ele.
Quais ervas escolher (galactagogas)
- Melissa
- Camomila
- Erva doce
- Funcho
- Capim-cidreira
- Hortelã
- Feno Grego
- Cardo Mariano
Todas as vezes que você fizer uso de algum tipo de alimento ou chá pela primeira vez após o nascimento do bebê, é importante observar como ele reage. Muitas bebidas e alimentos alteram o gosto do leite materno e podem ocasionar certa resistência à mamada de 3 horas depois do consumo. No caso dos chás indicados para esse período temos a relação da hortelã com a alteração do sabor do leite. Caso você observe qualquer reação do seu bebê suspenda imediatamente a utilização da erva em questão.
Quais ervas evitar
(por interferirem no funcionamento intestinal do bebê, promoverem deficiências nutricionais ou apresentarem alguma toxicidade)
- Alho
- Uva-Ursi
- Sena
- Erva de Santa Maria
- Cimicifuga
- Cavalinha
- Efedra
- Espinheira Santa
- Quebra-Pedra
- Ginseng
- Cáscara Sagrada
- Ruibarbo
- Confrei
- Sálvia
Como Maria Angélica, nutricionista clínica funcional especialista em nutrição materno infantil, sempre reforço a necessidade de um acompanhamento individualizado e direcionado para as necessidades de cada paciente. Para avaliar a qualidade e quantidade da produção do leite materno ou a presença excessiva de cólicas no bebê, nem sempre é apenas uma questão de introduzir chás. São muitos outros fatores que precisam ser levados em consideração, como deficiências alimentares ou sensibilidades / alergias alimentares.
Mil bjos
Seja Saudável. Seja Feliz!
Maria Angélica
REFERÊNCIAS
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Jiang Y, Li J, Xu S, Zhou Y, Zhao H, Li Y, Xiong C, Sun X, Liu H, Liu W, Peng Y, Hu C, Cai Z, Xia W. Prenatal exposure to bisphenol A and its alternatives and child neurodevelopment at 2 years. J Hazard Mater. 2020 Apr 15;388:121774. doi: 10.1016/j.jhazmat.2019.121774. Epub 2019 Nov 28. PMID: 32001102.
Bazzano AN, Cenac L, Brandt AJ, Barnett J, Thibeau S, Theall KP. Maternal experiences with and sources of information on galactagogues to support lactation: a cross-sectional study. Int J Womens Health. 2017 Feb 27;9:105-113. doi: 10.2147/IJWH.S128517. PMID: 28280392; PMCID: PMC5338995.
Silva FV, Dias F, Costa G, Campos MDG. Chamomile reveals to be a potent galactogogue: the unexpected effect. J Matern Fetal Neonatal Med. 2018 Jan;31(1):116-118. doi: 10.1080/14767058.2016.1274300. Epub 2017 Apr 10. PMID: 28000519.
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