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Vitamina D: a vitamina da Fertilidade

Considerada pelo meio científico como um hormônio esteróide, possui funções indiscutivelmente importantes para a saúde do ser humano, e isso inclui, sem sombra de dúvidas, a fertilidade. Cada vez mais os artigos científicos indicam a vitamina D como a vitamina da fertilidade. E por que isso acontece? Descubra neste artigo a relação direta da vitamina D com a Fertilidade.

Principais Funções da Vitamina D

A maioria absoluta das pessoas reconhece a vitamina D como sendo apenas a vitamina do SOL, entretanto é super importante que você saiba que suas funções são indispensáveis para a manutenção da vida. Dentre suas funções principais, temos:

  1. Atua na saúde dos ossos, garantindo que o cálcio seja potencialmente absorvido e exerça sua função;
  2. Estimula o sistema imunológico, garantindo que as defesas corporais contra vírus e bactérias seja eficaz;
  3. Há uma boa indicação da sua função do sistema nervoso, prevenindo doenças como esclerose múltipla e, por fim, a ação tão esperada na fertilidade
  4. Influencia o sistema endócrino (hormonal) relacionada principalmente com a melhora da função da insulina, uma das principais razões que interferem na ovulação. Ou seja, ao regularizar a função da insulina, promove uma melhor ovulação, aumentando as taxas de fecundação.

Principais Fontes da Vitamina D

Foto de Anthony Shkraba no Pexels

As principais fontes de  vitamina D nos alimentos são:

Óleo de fígado de bacalhau

Óleo de salmão

Ostras cruas

Peixes

Ovo cozido

Apesar das fontes acima existirem, é importante que você saiba que a melhor delas não ultrapassa 250UI/100g. Ou seja, a quantidade é extremamente baixa e, por isso, acabamos por não considerar os alimentos como as principais fontes de vitamina D. 

Diante desse quadro, compreendemos que a exposição ao sol ainda é a melhor maneira de conseguir quantidades adequadas de vitamina D no dia a dia. É importante reforçar que aspectos como idade, pigmentação da pele, protetor solar, roupas, poluição e localização no globo prejudicam e muito a ativação da vitamina D. 

Frente a essas inúmeras limitações, a suplementação de vitamina D diariamente tem sido considerada como a principal estratégia para manutenção da saúde como um todo e não apenas da fertilidade. 

Dose ideal de Vitamina D

Infelizmente não há consenso no meio científico sobre a dose ideal de vitamina D, tanto na suplementação quanto no resultado dos exames. Com minha prática clínica levo em consideração principalmente o histórico de queixas do paciente, como ficar doente com frequência, dores musculares, desânimo constante, dificuldade de concentração e fragilidade nos dentes. Além das queixas do paciente o resultado do exame de sangue é indispensável para que os ajustes via suplementação sejam corretos. 

Exames laboratoriais

Alguns exames laboratoriais nos ajudam a compreender como está o metabolismo da Vitamina D. Dentre eles:

PTH

Cálcio

Fósforo

25-OH-Vitamina D (calcidiol) , que é uma das principais formas ativas da Vitamina D no corpo. 

1,25(OH)2-D (calcitriol) , menos usual mas extremamente eficiente no diagnóstico de deficiência

Suplementação

A vitamina D tem uma peculiaridade. Ela é uma das poucas vitaminas lipossolúveis e por esta razão sua absorção é potencializada em meio oleoso. 

Na minha prática clínica com meus pacientes, sempre oriento a manipulação em veículo oleoso exatamente para auxiliar na absorção. Entretanto, é importante que você fique atenta ao tipo de óleo que a farmácia de manipulação pode sugerir, já que alguns óleos, dentro da Programação Metabólica,  não são indicados. Em meus receituários, indico os seguintes: óleo de abacate, TCM ou o tradicional azeite de oliva extra-virgem. Não aceite óleo de soja, canola, milho ou girassol como excipiente.

Em relação à dose, o máximo permitido para nutricionistas suplementarem atualmente é de 4000UI/dia. 

Essa dose, em tese, atende às necessidades da maioria dos pacientes, entretanto, alguns são bastante resistentes e mesmo com 4000UI diária permanecem com valores inferiores a 30ng/L. Neste caso, a sugestão é conversar com o médico que acompanha para dobrar a dose e sempre acompanhar a evolução dos níveis de sangue.

O resultado desejável para o período de pré concepção é de 50ng/dL de vitamina D.

Relação da Vitamina D com a fertilidade

Agora que você já sabe como identificar a deficiência da vitamina e como estar certa que sua nutricionista está te suplementando da maneira correta, vamos entender um pouco mais sobre a relação da vitamina D com a fertilidade. 

Uma das principais causas de infertilidade é a obesidade, sobrepeso ou mesmo a Síndrome dos Ovários Policísticos . Em todos esses cenários é muito comum que haja dificuldade do corpo da paciente em metabolizar adequadamente os carboidratos da dieta, levando às oscilações de glicemia, hiperinsulinemia (elevação da insulina) e alterações na hemoglobina glicada. 

Em todas essas situações é importante que saibamos como 1) ajustar a qualidade dos carboidratos da dieta e 2) potencializar a ação da insulina. Ambas estratégias visando garantir que os níveis de glicemia permaneçam dentro do considerado adequado durante todo o dia e noite.

Levando em consideração a importância de manter os níveis de insulina no sangue, manter doses de vitamina D adequados no sangue, tem sido considerado, no meio científico, como uma estratégia interessante e, para isso, a suplementação de vitamina D tem sido indicada para potencializar a ação da insulina, auxiliar no controle do peso, reduzir aspectos inflamatórios e por fim auxiliar todo o processo hormonal, incluindo os hormônios da fertilidade. 

Uma vez que essas funções corporais estejam funcionando como esperado, todos os aspectos relacionados a ovulação melhoram. É por esta razão que ajustes do peso em portadoras de Ovário Policístico já melhoram os ciclos menstruais e a ovulação delas.

O excesso de peso está inversamente proporcional a fertilidade e às concentrações corporais de vitamina D, portanto, ajustar as concentrações no sangue de vitamina D, auxiliam na manutenção da glicemia e insulina no sangue, reduzem processo inflamatório causado pela hiperinsulinemia e por fim auxiliam na  fertilidade.

Não se iluda com fórmulas milagrosas. A base da vida saudável e da fertilidade são hábitos de vida saudáveis. Ajustes através de suplementação precisam ser feitos por um profissional capacitado que saiba identificar realmente suas necessidades.

Saiba mais sobre meu atendimento individualizado.

Seja Saudável, Seja Feliz

Mil bjos


REFERÊNCIAS

NUTRIÇÃO Clínica Funcional: Suplementação Nutricional. 1. ed. São Paulo: VP editora, 2012. 416 p. v. 1.

Mu Y, Cheng D, Yin TL, Yang J. Vitamin D and Polycystic Ovary Syndrome: a Narrative Review. Reprod Sci. 2020 Oct 28. doi: 10.1007/s43032-020-00369-2. Epub ahead of print. PMID: 33113105.

Zhao JF, Li BX, Zhang Q. Vitamin D improves levels of hormonal, oxidative stress and inflammatory parameters in polycystic ovary syndrome: a meta-analysis study. Ann Palliat Med. 2021 Jan;10(1):169-183. doi: 10.21037/apm-20-2201. PMID: 33545754.

Kalyanaraman R, Pal L. A Narrative Review of Current Understanding of the Pathophysiology of Polycystic Ovary Syndrome: Focus on Plausible Relevance of Vitamin D. Int J Mol Sci. 2021 May 5;22(9):4905. doi: 10.3390/ijms22094905. PMID: 34063169; PMCID: PMC8124569.

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