Dieta da Fertilidade. SIM, ELA EXISTE!

Preparar-se para engravidar e garantir que a fertilidade do casal seja potencializada ao máximo é possível através de ajustes dos hábitos de vida, principalmente nos aspectos relacionados aos ajustes alimentares do casal. Eu adoraria ter uma estratégia milagrosa para garantir o sucesso que em qualquer momento da vida meus pacientes/alunas para que estejam 100% em todas as áreas de suas vidas principalmente no período da pré-concepção, apesar disso, eu acredito que SIM, DIETA DA FERTILIDADE EXISTE.

O que sabemos com certeza, e que há comprovação científica sobre o assunto, é a relação direta de uma dieta saudável sobre a Individualidade Bioquímica do casal e isso potencializando a fertilidade de ambos. Como resultado teremos não apenas melhores genes, mas teremos uma criança mais saudável, mais inteligente e com menor probabilidade de desenvolver doenças ao longo de sua vida.

Cada indivíduo responde diferente aos diferentes estímulos durante toda vida. Todas as experiências que passamos até o dia de hoje influenciam em nossa capacidade de gerar agora! E todos os casais (em especial as mulheres) precisam saber disso.

Somos o que comemos, absorvemos, metabolizamos e excretamos.

Todas (absolutamente todas) as reações químicas que acontecem em nosso corpo são dependentes de nutrientes e somos nós os responsáveis por garantir que haverá um bom suprimento para que haja bons óvulos e espermatozóides e sejamos saudáveis para gerar ou não!

Gerar uma vida é um milagre. São tantos detalhes que precisam acontecer do jeito certo, na hora certa que só pode realmente ser considerado um milagre. Mulheres e homens precisam fazer sua parte e manter hábitos para que nesse momento específico da geração de uma nova vida estejam preparadas para fornecer não apenas um DNA de qualidade mas um ambiente ideal para a evolução desse embrião.

Apesar de não haver uma dieta milagrosa para a fertilidade, há sim uma variedade enorme de alimentos e nutrientes que garantirão uma fertilidade potencializada e é sobre isso que falaremos a seguir.

Quanto mais natural e orgânica for uma alimentação, maior será o suprimento dos nutrientes associados à fertilidade. Alimentos verdes escuros (brócolis, couve, aspargos, rúcula, agrião, escarola, almeirão, etc) não podem faltar. Eles são ótimas fontes de alguns compostos indispensáveis para a maturação dos oócitos secundários e espermatozóides, e também, posteriormente, evolução do embrião. Esses compostos, principalmente vitaminas do complexo B, estão presentes em outros vegetais, mas neles estão em maior concentração e por isso merecem nosso destaque.

Além de fornecerem as vitaminas e minerais importantes, também têm características antioxidantes e antiinflamatórias que merecem nosso respeito e atenção. Estar antioxidado e antiinflamado é um dos pilares de uma fertilidade ótima. Lembrando que isso também se aplica aos meninos, tah? Estar antioxidado não é apenas uma questão comumente associada à pele. Estar antioxidado é sinal que as células estão com seu material genético bem guardado e que temos nutrientes “sobrando” para gerar. O organismo de pessoas que estão sempre submetidas a estresse oxidativo (seja por poluentes e toxinas ambientais, seja por hábitos e vícios ou mesmo por alimentação) acabam direcionando muitos nutrientes para evitar problemas como mutação genética e não disponibilizam nutrientes para uma fertilidade ótima.

Nesse contexto, quero orientar você ao consumo diário de pelo menos 2 porções dos vegetais verde-escuros e mais 4 porções de vegetais variados. As frutas devem ser adicionadas à essa conta porque também compõem a principal estratégia para potencializar a motilidade espermática além de serem ótimas fontes de vitaminas e minerais. Em relação às frutas, dou destaque especialmente às frutas vermelhas (amoras, morangos, mirtilos, framboesa, jabuticaba, açaí, acerola, uvas, pitanga, etc) Essas frutas são verdadeiras cápsulas de antioxidantes disponíveis através da alimentação.

Na contramão da dieta da fertilidade temos a maioria absoluta dos alimentos industrializados. A indústria alimentícia, para garantir as características dos produtos acaba usando componentes que agem em nosso corpo como disruptores endócrinos (prejudicando a síntese hormonal), congestionam nosso fígado (prejudicando a eliminação de toxinas) e normalmente não trazem nutrientes efetivamente, já que o processo de industrialização acaba por reduzir drasticamente a quantidade de nutrientes naturais dos alimentos.

Sendo assim, evite ao máximo todos os alimentos que vêem em pacotes e invista tudo que conseguir não apenas em alimentos naturais, mas também orgânicos. Assim você estará cada vez mais saudável e cada vez com sua fertilidade potencializada.

Sua dieta da Fertilidade precisa ter:

1. Consuma diariamente 2 porções de vegetais verde escuros;
2. Garanta 5 porções de frutas (sendo 2 delas vermelhas) todos os dias;
3. Certifique-se de comer 4 porções de legumes variados diariamente;
4. Evite a todo custo o consumo de açúcares e carboidratos refinados;
5. Evite todos os alimentos industrializados que conseguir (desde 6 – temperos a comida pronta);
6. Hidrate-se
7. Durma bem
8. Fuja de toxinas e ambientes poluídos
9. Aguarde 3 meses e depois inicie o coito programado!
10. Agende um horário com uma nutricionista especialista o quanto antes.

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Seja Saudável. Seja feliz!

Mil bjos

Maria Angélica Guerra da Cruz

REFERÊNCIAS

Suliga E, Głuszek S. The relationship between diet, energy balance and fertility in men. Int J Vitam Nutr Res. 2020 Oct;90(5-6):514-526. doi: 10.1024/0300-9831/a000577. Epub 2019 Apr 10. PMID: 30967104.

Krzastek SC, Farhi J, Gray M, Smith RP. Impact of environmental toxin exposure on male fertility potential. Transl Androl Urol. 2020 Dec;9(6):2797-2813. doi: 10.21037/tau-20-685. PMID: 33457251; PMCID: PMC7807371.

Karwacka A, Zamkowska D, Radwan M, Jurewicz J. Exposure to modern, widespread environmental endocrine disrupting chemicals and their effect on the reproductive potential of women: an overview of current epidemiological evidence. Hum Fertil (Camb). 2019 Apr;22(1):2-25. doi: 10.1080/14647273.2017.1358828. Epub 2017 Jul 31. PMID: 28758506.